“A fantasia de Halloween” é uma história assustadora sobre uma jovem que está doente na cama e se sente excluída porque está perdendo a festa de Halloween no andar de baixo. História de Robson Almeida.

Ela tinha dez anos e estava com febre. Era Halloween. O médico deu ordens estritas a sua mãe para que ela ficasse na cama. Ela ficou lá, ouvindo a risada fraca vindo do andar de baixo. Isso a fez se sentir muito triste e excluída.

Estava acontecendo uma festa de Halloween lá embaixo e ela estava perdendo toda a diversão. Seus primos estavam lá e seu tio era o anfitrião. Ele sempre foi a vida da festa. Ela o imaginou contando histórias e organizando os jogos. Ela gostaria de poder estar lá também.

Já fazia muito tempo que ninguém a visitava. No início do dia, seus primos colocaram a cabeça na porta e disseram que era uma pena que ela estava doente e teria que perder a festa. Isso só a fez se sentir pior.

Ela sentiu como se todos tivessem se esquecido dela. Ela estava cansada de ler e não havia mais nada a fazer. Estava escuro lá fora e a lâmpada estava muito fraca. Ela apenas ficou lá ouvindo e olhando para o teto.

Ela ouviu enquanto a velha casa rangia e gemia. Isso deu a ela arrepios. Ela desejou que houvesse mais luz no quarto. Sombras escuras se reuniram nos cantos da sala. Ela não era uma daquelas pessoas que acreditava em fantasmas, mas ainda esperava nunca ter visto um.

Ela ouviu passos subindo as escadas. Ela ouviu quando eles desceram o corredor e pararam do lado de fora de sua porta. Alguém bateu.

“Entre,” ela chamou.

A porta se abriu e seu tio entrou na sala. Ele sorriu para ela e perguntou como ela estava se sentindo.

“Apenas entediada,” ela suspirou. “O que está acontecendo lá embaixo?”

“Estou me preparando para colocar minha fantasia e assustar todo mundo”, disse seu tio.

Seu rosto se iluminou. “Isso é assustador?” ela perguntou.

“Extremamente,” seu tio respondeu com um sorriso.

“Posso ver?” ela perguntou ansiosamente.

“Não sei”, disse o tio. “Isso pode te assustar muito.”

“Oh, por favor,” ela implorou. “Por favor, posso ver?”

“Tudo bem”, respondeu seu tio. “Quando eu me vestir, vou entrar e mostrar a você antes de voltar para baixo. Você tem certeza de que não vai ficar com muito medo? “

“Claro que não”, ela riu.

Seu tio saiu, fechando a porta atrás dele e ela se deitou, nervosa com a antecipação. Ela ouviu seus passos desaparecerem no corredor.

Ela ficou lá esperando por algum tempo, imaginando que tipo de fantasia seu tio estaria usando. Seria assustador? Ela ficaria assustada? Ela esperava que ele não pulasse em cima dela ou entrasse na sala.

Tudo estava assustadoramente quieto. Ela não conseguia ouvir nada lá embaixo. O quarto estava muito escuro. Ela tinha certeza de que a lâmpada estava ficando mais fraca. As sombras nos cantos estavam crescendo.

Ela fechou os olhos um pouco e esperou. Seu tio parecia estar demorando muito. Onde ele estava? Por que ele estava demorando tanto?

Só então, ela ouviu um som. Seus olhos se abriram. Parecia uma porta abrindo e fechando. Seu coração começou a bater rapidamente. Ele tinha entrado? Ele já estava na sala?

Ela olhou para a porta. Então, quando seus olhos se ajustaram à luz, ela notou uma figura nas sombras. Ele estava entre a porta e o guarda-roupa. A figura era pequena, não mais alta do que uma mesa. Ele estava ali de costas para ela, envolto em uma capa preta que quase se misturava às sombras. Foi por isso que ela não tinha visto a princípio.

Um arrepio de medo e excitação percorreu seu corpo. Ela agarrou a roupa de cama com as mãos e deu um pequeno suspiro. Como ele conseguiu entrar sem que ela percebesse?

A figura lentamente se virou para encará-la. Ela tentou não mostrar o quanto estava assustada. O rosto era horrível. Era um rosto pálido e morto com um nariz comprido e pontudo. Não havia olhos, apenas pequenos buracos negros na máscara. Era muito bom. Parecia quase real.

Ela riu de novo nervosamente quando a figura emergiu das sombras e se moveu em sua direção. Ela se preparou. Ela não queria gritar. Ela não queria que ele pudesse dizer a todos lá embaixo o quanto ele a assustou.

Ela olhou para o rosto horrível enquanto se aproximava cada vez mais. Foi muito assustador. Ela não aguentou. Ela jogou a roupa de cama sobre a cabeça e tentou não gritar. Ela estava prestes a dizer ao tio para parar quando ouviu algo.

Alguém estava batendo na porta.

Ela ouviu a voz de seu tio.

“Estou pronto”, disse ele. “Posso entrar agora?”